Hoje foi dia de dolce faire niente. Limitei-me a giboiar cá por casa, como quem diz a arrastar-me de um sofá para o outro. Entretanto, as crianças pediram-me para ir brincar para o parque e acedi ao pedido. O maridão ficou em casa, aproveitou para descansar um pouco. E lá fomos nós. Eu levei uma revista de fotografia, a Inês levou a sua trotinete e o Dudu uma bola. Tudo corria bem até a bola rebolar relva abaixo até ao lago dos patos, cisnes, gansos e companhia. Que bom… foi a loucura!!
As crianças de cariz baixo olhavam para a sua bola a boiar no lago e eu na impossibilidade de a ir buscar, limitava-me a vê-la ir ao sabor do vento.
Por mim a bola ficava lá… já tinha dito ao Dudo que lhe comprava outra. Sem choros e birras o pequeno não estava conformado. É normal, era a bola dele.
Combinamos que se a bola viesse para a margem eu podia ir buscar a bola, mas o vento não estava ajudar em nada.
Para os patos foi a loucura… um objecto estranho na água… houve direito a um jogo de futebol e tudo… weeeeeeeeee, foi o descalabro total!!
Passada quase uma hora a bola resolveu dar à costa. Salto a vedação e vou buscar a bola. Quando me baixo para apanhar a bola oiço uns barulhos estranhos atrás de mim… era um casal de gansos furiosos!! Assustei-me – até porque já levei uma recordação de um – desequilibrei-me e consegui transformar as minhas botas, castanhas de cano alto em pele, em perfeitas galochas! Resumindo… o meu estado ficou lastimável. Botas todas molhas e manchadas, mas com o filho feliz! Com os pés molhados e à espera que alguma rã saltasse de dentro do calçado… viemos para casa. Mesmo ao sair, encontrei um casal que tinham sido meus alunos, quando dava aulas de ginástica. As perguntas da praxe e as respostas mais que batidas e dou conta do olhar de desaprovo do Ex-aluno. Bem sei que a figura que me apresentava não era a melhor.. ok.. mas também já tinha relatado o sucedido, escusava-se de armar em parvo… que ele já fez figuras bem piores dentro da sala de aula e eu tive que aguentar à bomboca!! Mas, sendo assim… vou espalhar a figurinha que fez!!
Agora imaginem a cena: sala de aula repleta, aula de ginástica localizada. Toda a gente deitada de barriga para cima, pernas elevadas a 90 graus, mãos debaixo dos lombares. O exercício era básico: afastar e juntar as pernas.
Quando o exercício começa a ficar puxadinho a tendência é fazer-se batotice. Mas como eu dizia “ sou novinha, mas não me enganam”, levanta-me do meu tapete e ia corrigir as posições. Pois é.. mas desta vez as coisas não correram muito bem… e porquê?? Porque não tive coragem de o corrigir!!
Então aquele desgraçado, tinha as calças de Lycra descosidas entre as pernas e não estava a usar qualquer tipo de roupa interior!!! Ah pois é… o cenário que presenciei foi traumatizante!!! LOLOL ao afastar as pernas o buraco das calças alargava e os “ dois amigos” vinham respirar cá para fora… ao fechar as pernas.. tadinhos recolhiam… e assim sucessivamente!!
Sou católica, mas não praticante. As minhas conversas com Deus é com ele, directamente com Ele, e com mais ninguém. Existem muitas coisas que não fazem sentido dentro de um local de culto (independentemente da religião). Respeito quem seja praticante, mas não contem comigo. Todavia, os meus sogros são religiosos e estava-lhes a fazer comichão porque a Inês não ia à catequese. Concordei em deixar a miúda ir com uma condição: no dia que ela optar por não ir mais, a sua vontade será respeitada.
Embora, não concordar com muita coisa que se diz… acho que se a miúda assimilar um pouco de ética e moral não lhe vai fazer mal algum.
O antigo Pároco era uma pessoa não muito simpática, não era uma pessoa que cria-se empatia. Os fiéis assistentes à missa eram as senhoras idosas devotas e tementes a Deus. População jovem não se via. O átrio da igreja estava vazio de alegria, crianças e jovens eram escassos. Muitos casais preferiam casar e baptizar os filhos noutras igrejas só para não o ouvirem… bem ,digamos que o Sr. Padre não era a simpatia em pessoa.
Porém, o senhor detinha (ou detém) uma capacidade de angariação de fundos fenomenal. Era impressionante a quantidade de doações que o senhor conseguia para a sua obra. Verdade seja dita… o senhor padre sabia aumentar o património. Construiu uma data de instituições que promoveram a qualidade de vida aos mais carenciados. Os senhores do Vaticano acharam que este era tão bom que lhe fizeram o convite para se juntar a eles. Nem uma, nem duas… o referido Padre fez as malas e “zarpou”… até hoje nunca mais ninguém o viu.
Providenciaram a vinda do novo padre. Soube, entretanto, que era oriundo de Espanha e nada mais sabia dele. Comecei a constatar diferença na afluência à igreja. Cada vez que ia por a Nokas à catequese, só via crianças a correr no pequeno jardim envolvente, jovens escuteiros aos montes… uma igreja com vida. E eu a pensar com os meus botões: o Sr. Padre sabe cativar as pessoas.
Hoje conheci o Sr. Padre… novato… simpático, giríssimo e com uma maneira de falar muito engraçada (não percebi quase nada… mas ok) enfim…
Depois de deixar a Nokas encontrei um vizinha que achou estranho eu estar ali. Um pouco de conversa e lá estava ela a gabar o sr. Padre… blá, blá, blá simpático, blá, blá, blá Humano e …
- “Este homem é digno de se lhe tirar o chapéu!”
E eu em pensamento: “Digno de se lhe tirar o chapéu…. e a batina!”
Aiii que eu já não vou para o céu!!
Quem me conhece sabe que eu sou um pouco despistada. Moro numa casinha com vista desafogada para a Terra… sim, eu vivo no mundo da lua!!! Juntando à minha cabeça aérea o pouco, ou nulo, sentido de orientação… será escusado dizer que perder-me é o meu prato predilecto. Gosto de sentir aquela sensação que sem saber o caminho, estou a seguir a direcção certa. Penso em voz alto: “ena, ena… não sei, nem vou perguntar… algo me diz que aqui próximo!!” Aqueles escassos metros que se resumem a alguns kms de percurso, feitos completamente ao acaso, inspiram-me confiança e fico acreditar, piamente, que o meu sentido de orientação regressou à base… até ver a placa “ Barcelona –
Hoje, o maridão pediu que eu fosse tratar de uns assuntos pendentes da empresa.
- “ E sabes onde é??”
-“ Sei, pois, claro que sei!!” – sem nunca perder a pose, lá ia dar parte de fraca… tché, esqueçam lá isso!!
- “ hum… se te perderes telefona!”
Entretanto, a menina ainda não tinha andado 10 minutos… já estava a telefonar para o marido. Primeiro, esqueci-me da morada no escritório. Segundo, as indicações estavam a ficar um pouco confusas… quem não escreve… esquece! :P
- “Olha diz-me lá a morada…”
Respondeu-me ao que foi pedido e:
-“ Querida, sabes voltar ou queres que te vá buscar?” – É assim… O meu simpático maridão não perdoa uma…!
Fiquei fula da vida… despachei-o ao telefone e lá fui eu amuada, num estado impróprio para consumo!
Chego ao concelho pretendido e depois de umas voltinhas ( perdida) achei por bem perguntar o caminho… sorriso n.5 ocre e lá perguntei o caminho a um senhor que se encontrava parado na berma do passeio.
O simpático senhor começou o discurso: vira para a direita, vira para esquerda… não é esquerda é direita… 100 mts direita.. não essa é sentido proibido… depois do sinais, esquerda… bla, bla, bla… confesso que a partir do 3ª à direita já tinha desligado… estava mais confusa do que quando perguntei!!
Meti a primeira e fiz-me à estrada… mas não por muito tempo… direita, esquerda, direita, esquerda… “dasseeee já não sei por onde ando… o melhor é perguntar! E é já ao primeiro que apanhar a jeito!!”
-“ boa tarde, sabe onde fica a rua XPTO??”
- “ Outra vez, menina?? Outra vez???”
Há dias que deveria ficar no conforto do lar
Ps... a menina da fotografia é a protagonista dos posts anteriores... bem sei que não lhe veêm o rosto... mas pronto, ok... era mesmo só isto!! LOL
… grrrrrhhhh
. o casamento de uma prince...
. já voltei e não fui pelos...
. se eu não voltar...já sab...
. é oficial: eu já não vou....