Numa das visitas que fiz ao hospital com a Nokas (quando ela espetou um vidro no joelho), ela chorosa dizia-me: “ pois, pois… se fosse contigo também estavas a chorar. Tu por acaso sabes o que isto é?” – isto enquanto o enfermeiro observava o joelhito da princesa. E eu pacientemente respondi-lhe: “ Olha bem para os joelhos da mamã. Tu achas que a mamã não sabe o que é ter uma ferida no joelho?”
O enfermeiro curioso olhou para os meus joelhos, sorriu, e respondeu à Nokas:
- “ A felicidade de uma infância vê-se pelos joelhos.”
Os meus joelhos são uma desgraça completa. Não a nível de articulação, mas sim a nível estético. Estão cheios de marcas e cicatrizes resultantes de pequenas quedas, grandes quedas, chuteiras que “aterravam” no joelho, patinagens artísticas nos charcos gelados em que acabava o meu número de joelhos no chão, subidas às arvores que terminavam sempre em grandes “aterranços” (devia ter a mania que sabia voar), descidas de bicicleta em velocidade não recomendada e sem travões (weeee era a loucura), acertos de contas com alguns amiguinhos…enfim, reflexos de uma menina que tinha a mania que era Maria-rapaz.
Hoje, enquanto olho para os meus joelhos, recordo a minha infância, esboço um sorriso ao passar a minha mão pelas provas do crime, vulgo cicatrizes, e admito:
“Como fui feliz na infância” - não trocava uma cicatriz.
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