O Tempo… essa coisa engraçada!!
A noção, real, do tempo vai mudando ao longo dos anos. Cada um tem o seu tempo psicológico. Apesar de uma hora ter exactamente os mesmos minutos em qualquer relógio… a verdade é que consoante a circunstância que uma pessoa se encontre, esta tem uma percepção muito pessoal do seu tempo.
Quando somos crianças, uma semana pode ser uma eternidade. As férias eram infindáveis e o que tinha acontecido no dia anterior, já era algo tão remoto que a memoria já se tinha esquecido dos acontecimentos. Víamos os nossos pais, na faixa dos trinta anos, como uns cotas… uns velhos. Afinal, eles tinham tantos anos, Chiça 30 e tal eram mesmo muitos anos… e pior era se eles demonstrassem com os dedos das mãos, dos pés e mais alguns emprestados a sua idade. Lembro-me que quando era pikena pensava que se um dia morresse aos 30 anos, já tinha vivido tudo. Aiii a minha santa inocência e ignorância da vida.
Hoje, após ter ouvido uma conversa de terceiros, fiquei a pensar! Anui que com o avançar da idade, a “noção” do tempo… “encolhe”. Ou seja, se quando éramos crianças um ano era encarado como uma eternidade… quando chegamos a velhotes temos o sentimento de que um ano se traduz numa semana. Talvez seja um mecanismo de defesa perante a realidade que estamos a envelhecer e que um dia já não estejamos cá para contar a história.
E o que me deixou a pensar em tal tema… este pequeno excerto de uma conversa entre duas vizinhas, enquanto aguardavam a vez para serem atendidas num talho qualquer.
-“ Está boazinha?”
- “ Mais ou menos. Acabei de vir do funeral do Sr. M, o marido da F.”
-“ Ah, não soube. Não sabia que tinha falecido.”
- “ pois é, veja lá! Um jovem da minha idade. Morreu de repente.”
-
- “Morreu, coitadinho! Um jovem de 86 anos!"
E eu…
“ Um jovem”? … “ 86 anos”?...
. o casamento de uma prince...
. já voltei e não fui pelos...
. se eu não voltar...já sab...
. é oficial: eu já não vou....