( imagem retira da netiiiiii)
Telefona-me o maridão logo pela manhã:
-“ Preciso que me faças um favor. Podes passar por aqui?”
Respondi que logo que acabasse de desempenhar a minha tarefa de “jarbas” (motorista particular dos filhotes) passava pelo escritório.
Deixo os filhotes nas respectivas escolinhas, apanho um trânsito do caraças para chegar e estaciono o carro perto de um infantário.
Saio do carro e ouço um coro infantil:
- “ Senhora, Senhora!!!”
-“ Pode apanhar o meu balão?” – dizia um petiz que não devia ter mais de 3 anos.
E eu armada em boa samaritana, olho para o balão voador, apresso o passo com um olho no balão e outro na calçada – para não enfiar o salto nos espaços da calçada – e confiante que vou apanhar o balão dou um pequeno salto enquanto elevo os braços e quando as minhas mãos tocam no balão …. BUUUUUUUUM!!!!
Por momentos petrifiquei… só ouvia as vozes das criancinhas: Ohhh Ohhhh!!! Incrédula com o que se tinha ocorrido, só pensava que raio se tinha passado. Porque raio a porra do balão rebentou mal lhe toquei. A resposta era indiscutível. Tinha acendido um cigarro mal sai do carro (sim, no meu carro não se fuma) e com a pressa de apanhar o balãozito, esqueci-me por completo do cigarro. O resultado não poderia ser outro, obviamente. BUUUUMMMM!!!
Olho para o petiz, a medo (confesso com muito medo) e vejo a tristeza a instalar-se no rosto. E agora, perguntei a mim própria? Fujo?? Encaro aqueles 50 olhinhos fixados em mim?? Meto as mãos nos bolsos, olho para o ar, e assobio como se não fosse nada comigo??
O alarme foi dado, o puto desata numa berraria pegada e a educadora aparece. Tou lixada… vou ser chacinada por rufias de
Através da rede de segurança falei com a educadora. Expliquei-lhe que acidentalmente tinha arrebentado o balão do pikeno. Pedi desculpa à criança que me olhava com um olhar fulminante, se o olhar matasse, acreditem que já estava mortinha da Silva.
Apesar da Educadora dizer que não fazia mal, que não era nada de grave, que ele se ia esquecer dentro de pouco tempo, a minha consciência não estava tranquila. O desânimo, a tristeza, que eu vi nos olhos daquela criança não abandonavam a minha mente. Como tri-mãe também não gostava de ver os meus filhos assim tristinhos, e ainda por cima, por minha culpa.
Meti-me no carro e zarpei até ao supermercado mais próximo. Comprei balões, muitos balões!
Voltei à escolinha, chamei a educadora para lhe dar as embalagens de balões. Felizmente ainda estavam todos a brincar no recreio. Ela chamou o miúdo para falar comigo.
- “ Como rebentei o teu balão, e não quero que fiques triste, comprei-te um novo. Para ti e para os teus amigos!!”
E a criança - de sorriso rasgado - agradeceu.
… e eu senti-me leve, novamente.
È claro que perdi montes de tempo nesta brincadeira. Quando cheguei ao pé do maridão olha para o relógio e indaga:
- “ Demoraste tempo. Aconteceu alguma coisa?”
- “ Sim… tive que ir comprar balões…”
- “ Balões...Balões??”
- “ pois… teve que ser…”
. o casamento de uma prince...
. já voltei e não fui pelos...
. se eu não voltar...já sab...
. é oficial: eu já não vou....